Sabemos que a jornada em busca da igualdade ainda é grande, mas observar o caminho traçado é sempre importante.
Para provar que não é preciso voltar 90 anos atrás para entender que é uma mudança constante, vamos traçar os parâmetros a partir dos anos 2000.
Nos anos 2000, a objetificação do corpo feminino ainda estava em alta. Os filmes mainstream que mais passavam na TV aberta tinham como plot principal moldar a forma física da mulher e popularizaram a ideia da beleza ideal e o que é considerado feio no corpo feminino; como no filme “O Amor é Cego”, de 2001.
A mulher na mídia
No meio publicitário, era comum ver mulheres seminuas em propagandas na televisão, com a única função de instigar o público masculino. E as propagandas voltadas para o público feminino eram mais nocivas, incentivando que as mulheres se encaixassem no padrão de beleza da época para que ela fosse validada.
A submissão ainda era implícita como norma em outras entrelinhas, mais estreitas, mas continuava lá.
O que uma imagem como a usada pela Skol em 2006 passa para você hoje?
A verdade é que, quando a sociedade vê numa mulher apenas seu corpo, a identidade da mulher como indivíduo é negada.
Atualmente discutimos muito mais sobre machismo, homofobia e outros assusto que ferem a sociedade e reconhecemos que uma propaganda assim é ofensiva, até a própria Skol, que hoje tem um posicionamento diferente de anos atrás, reconheceu isso e veiculou no dia das mulheres de 2020 a campanha “Redondo é sair do seu passado”, onde 6 ilustradoras recriaram pôsteres antigos da marca.
Com pequenos ajustes de apresentação, a publicidade das marcas contribui para que a mulher deixe de ser vista como um objeto, e a sociedade passa a enxergá-la como alguém com direitos e livre-arbítrio. Não é uma questão de proibir o uso de imagem de mulheres de biquíni em comerciais, mas saber utilizá-los de forma a não incentivar o público-alvo a enxergar a figura feminina como parte da venda. É um papel da mídia reeducar a sociedade para um mundo mais justo.