A escolha do Qatar para sediar a Copa de 2022 está sendo um assunto bastante polêmico na Internet. O país vem sofrendo denúncias de violações aos direitos humanos de trabalhadores e imigrantes.
Há também a questão da prática homossexual ser considerada uma infração à lei. As pessoas que pertencem a comunidade LGBTQIA+ e residem no Qatar estão sujeitas a sofrer represálias como a prisão ou a morte, dependendo da região.
E por conta desses problemas, os países que estão competindo na Copa de 2022 estão fazendo protestos em prol aos direitos humanos.
A federação dinamarquesa cobrou um posicionamento e explicações da Fifa diversas vezes que, por sua vez, preferiu evitar o assunto.
A Fifa, embora não queira se manifestar a respeito da questão dos direitos humanos, contribuiu para a proibição da utilização de braçadeiras com as cores do arco-íris que foi adotada como sinal de protesto.
Apesar das ameaças realizadas pela Fifa, diversas seleções estão entrando nessa luta, como é o caso da Dinamarca, Inglaterra e Alemanha.
A seleção da Alemanha, no jogo contra o Japão, ao posarem para as fotos, decidiram tapar a boca em uma mensagem de reprovação e censura pela proibição de usar a braçadeira da campanha “One Love”, que visa apoiar a comunidade LGBTQIA+ durante as partidas dos jogos do mundial.
A decisão de proibição veio da Fifa com a alegação de estar preocupada em desagradar às autoridades catarianas e, caso insistirem no uso, iria punir o capitão da seleção.
A Dinamarca entrou na história por ser o país com maior engajamento na luta dos direitos humanos, independente das restrições impostas pela Fifa, os jogadores estão resistindo e não vão se calar.
Assim como a Alemanha, a Dinamarca e outras cinco seleções tinham aceitado o compromisso de vestir a braçadeira “One Love” em prol dos direitos à causa LGBTQIA+.
Além do uso da braçadeira, a Dinamarca também pensou em aderir a frase “Humans Rights For All” em seus uniformes de treino, mas também foi proibida pela Fifa. Então, optaram por uma camiseta preta que adotou a ação da marca fornecedora de material esportivo ser invisibilizada, e ainda ser a cor do luto para que todos se lembrem do histórico do Qatar quanto aos direitos humanos.
A Inglaterra também foi um dos países que optou por usar a braçadeira “One Love”, mas devido ao impedimento, decidiram passar a mensagem de outra forma. No jogo contra o Irã, os jogadores cantaram a música God Save The King e se ajoelharam no campo, ato usado em protestos antirracista no futebol inglês.
E o Irã, na mesma partida contra a Inglaterra, os jogadores se recusaram a cantar o hino nacional em forma de apoio às manifestações contra o regime teocrático do Irã que teve início após a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, por não usar o hijab corretamente.
A Holanda alegou que irá leiloar as camisas usadas no torneio e o dinheiro arrecadado será destinado aos trabalhadores imigrantes do Qatar, em prol dos seus direitos.
E quanto ao Brasil, o Instituto Vladimir Herzog (IVH), organização da sociedade civil fundada em 2009 com a intenção de celebrar a vida e o legado do jornalista Vladimir Herzog que foi assassinado na época da ditadura militar no Brasil entre os anos de 1964 e 1985, fez um comunicado pedindo a seleção brasileira de se manifestar em prol dos direitos humanos durante os jogos na Copa do Mundo de 2022 no Qatar.
A Instituição justificou estar preocupada com a edição do torneio deste ano e sobre o que ela representa em relação à luta contra as violações dos direitos humanos.
Houve também protestos feitos por torcedores, como foi o caso de um que invadiu o campo e correu com a bandeira de representatividade da comunidade LGBTQIA+. E outro que foi impedido de assistir ao jogo por usar uma braçadeira com as cores do arco-íris representando a bandeira LGBTQIA+.
Além dos protestos realizados pelas seleções e seus torcedores, a música para a Copa de 2022, cantada pelo Jeon JungKook do BTS e o Fahad Al Kubaisi que é naturalmente catariano e luta pelos direitos humanos no país, também carrega a manifestação em prol de todos a partir da sua letra:
Dreamers – Música da Copa de 2022
Gather ‘round now, look at me (هيا، هيا)
Respect and love, the only way (هيا، هيا)
If you wanna come, come with me (هيا، هيا)
The door is open every day (هيا، هيا)
This one plus two, rendezvous, all invited
This what we do, how we do
O país continua sendo um motivo de revolta para os amantes de futebol e reúne muitas críticas negativas a seu respeito. As pessoas, na Internet, estão unidas para defender os direitos humanos e se manifestam por meio de mensagens, imagens e Tweets publicados, a fim de atingir uma causa maior e alcançar o objetivo de conseguir melhorar os direitos humanos dos trabalhadores, imigrantes, mulheres e LGBTQIA+ que residem no Qatar.
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